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Papel da mulher no comércio exterior

Papel da mulher no comércio exterior

 

No Brasil, as mulheres são maioria quando falamos em força de trabalho na área de comércio exterior, com 58%. Entretanto, na participação das exportações, somente 20% das empresas são lideradas por mulheres. Esses dados foram divulgados pelo Hub Mulheres no Comex, uma rede de apoio às profissionais do ramo fundado pela empresária Monnike Garcia.

 

No final do mês de março, foi realizado o 3º Encontro Nacional de Mulheres no Comércio Exterior (EMEX) pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Dentre muitos os assuntos, o principal, obviamente, foi o papel das mulheres no Comércio Exterior. Portanto, se você quer saber mais sobre o que foi debatido, não deixe de acompanhar o post de hoje até o fim.

 

Desafios na exportação

 

Segundo a diretora de negócios da Apex Brasil, Ana Paula Repezza, que palestrou no painel número 1 “Empresas que exportam pagam melhores salários. Para as mulheres que, em geral, recebem remunerações menores do que as dos homens, os ganhos são maiores nas exportadoras.”. Ainda de acordo com a diretora, atualmente, somente 8% das empresas exportadoras apoiadas pela Apex Brasil são comandadas por mulheres. Sendo assim, existem diversos obstáculos que precisam ser superados, como as dificuldades em negociações e no acesso às linhas de crédito.

 

Sendo assim, a Apex lançou o compromisso de equidade de gênero, a fim de garantir que haja equiparação nos cargos de liderança na entidade. Ao mesmo tempo, ela se mobiliza para apoiar empresas lideradas por mulheres que queiram começar ou aumentar suas exportações.

 

A relação com a Amazônia

 

No painel 2, foram apresentados os desafios e oportunidades comerciais da Amazônia para o mundo, pela professora Olinda Marinho, empresária do Amazonas que lidera programas de qualificação e incentivo ao empreendedorismo, inovação e comércio exterior na região. Segundo ela, atualmente 275 empresas no estado e 25 em Roraima estão qualificadas para exportar, sendo que a maioria atua nos ramos de alimentação, bebida, agronegócio, turismo e artesanato. No total, 68 comunidades indígenas, caboclas e quilombolas participam de associações e cooperativas.

 

Segundo Olinda “As mulheres indígenas estão à frente de grandes projetos, comandam a economia da tribo, lidam com ferramentas digitais para promover produtos e serviços e têm olhar estratégico para oportunidades externas. Temos muitas graduadas, mestres e doutoras que fazem a diferença por conhecerem a natureza, o clima, as sazonalidades e singularidades locais que, unidas à formação e capacitação, permitem uma transformação sustentável”.

 

Trabalhadoras informais

 

É fato que as mulheres são maioria no Brasil, mas ainda sim, têm menor participação no mercado de trabalho formal em comparação com os homens. Isso foi mostrado no painel 4 do evento pela economista da CNC (Confederação Nacional do comércio de Bens, Serviços e Turismo), Izis Janote Ferreira.

 

De forma proporcional, as mulheres estão em maior número nos trabalhos informais, o que traz volatilidade para a renda. Contudo o comércio exterior tem grande potencial para oferecer a estrutura adequada para atraí-las para o mercado formal, aumentando suas rendas e integrando-as à sociedade.

 

Contudo, outro desafio que precisa ser enfrentado é a pouca participação das mulheres em áreas em que o come tem maior representatividade, ou seja: agropecuária e indústria, com apenas 15%. Isso porque, a maior parte trabalha com serviços. Sendo assim, segundo Izis “A mudança desse cenário passa pela igualdade de oportunidades, tanto no mercado de trabalho, quanto nas atividades historicamente atribuídas a elas, como as tarefas domésticas. As mulheres são mais representativas nos ensinos médios e superior, e são mais qualificadas do que os homens”.

 

Negócios internacionais

 

Em economias emergentes, as mulheres representam cerca de 33% da força de trabalho em empresas exportadoras, contra 22% das que não exportam. Da mesma forma, a informalidade de mulheres nos setores de exportação é de 13%, enquanto nos demais é de 20%. Esses dados foram oferecidos pelo Banco Central e apresentados no painel 5 por Clarissa Furtado, gerente de competitividade da Apex, reforçando como o comércio exterior pode favorecer as profissionais.

 

Segundo Clarissa, um dos principais problemas enfrentados pelas mulheres é a concentração em trabalhos de baixa especialização, mas também merece destaque a desigualdade salarial, violência e assédio.

 

Rede de apoio

 

Com o objetivo de formar uma rede de apoio entre as mulheres, o Hub Mulheres no Comex foi criado em 2017 e já gerou mais de R$2 milhões em negócios em prol do empreendedorismo feminino.

 

No painel 9, a vice-presidente Carolina Marchiori ressaltou que a comunidade atua em 16 núcleos do Brasil, além de países como Alemanha, Portugal e Bélgica, acolhendo mulheres que trabalham com Comércio Exterior.

 

Portanto, como você viu, as mulheres têm um papel muito importante no comércio exterior, sendo que esse é um ramo que favorece as profissionais quando comparado com outros. Contudo, ainda sim, há um longo caminho para percorrer e desafios para superar. 

 

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